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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Meu Jogo Inesquecível - Mesa Oval


Hoje escrevo pra contar a história de um dos jogos inesquecíveis que fiz pelo São Carlos: o jogo contra o Medicina Rugby pelo Paulista de Acesso 2014.
Esse jogo é inesquecível por vários motivos: foi a primeira vez que o São Carlos enfrentou a Med na história, foi meu primeiro (e salvo engano, único) jogo de titular naquela temporada, foi o único jogo da temporada que joguei 80 minutos, foi o jogo que ganhei o Man of the Match (algo que até então não tínhamos como tradição no Clube, mas, que hoje, é algo padrão) e foi um jogo realizado logo depois de eu perder uma grande amiga. Ademais, foi o jogo com o maior placar da história do São Carlos (ao menos, oficialmente, já que há indícios de um amistoso com placar centenário em favor do São Carlos em uma partida contra a Med Ribeirão e que estamos buscando mais informações sobre...).
Bom, voltando um pouco na história, o Paulista de Acesso 2014 foi o primeiro campeonato da FPR que o São Carlos disputou. Depois de anos jogando o CPI e tendo tido um ano sabático em 2013 (ano da criação da Copa Central e da nossa Gira Sanja-Rio), ficou decidido pelo Clube (apesar da minha oposição) que era melhor jogarmos o Paulista do que retornar para o CPI. Foi uma decisão acertada, no final das contas, porque todos os times que ainda jogavam o CPI também acabaram migrando para o Paulista naquele ano.
No que tange ao jogo em questão, era pra ele ter ocorrido no dia 26 de junho, sábado. Contudo, por conta de um imbróglio em relação à confirmação das datas, a Medicina não pode comparecer na primeira data e aceitamos remarcar o jogo - apesar de grande resistência, já que a Med só avisou às 0h de sexta que tinha esse "imbróglio" - para 15 dias depois, no dia 9 de agosto - véspera do Dia dos Pais daquele ano.
E tínhamos resistência em remarcar pois, além de toda a questão da infra-estrutura (reserva de campo, locação de ambulância, pintura do campo etc), remarcar acabaria afetando nossa súmula: em 2014, ainda passávamos por uma transição e tínhamos um grupo pequeno de atletas, com boa parte dos mesmos sendo universitários. No que tange ao primeiro ponto, apesar de termos tido 45 atletas inscritos para a competição, na época, eram apenas 36 inscritos, mas pouco mais de 25 eram realmente participativos nos treinos; isso acarretou em termos súmula completa em apenas 4 jogos: contra o União, na 3ª rodada; contra o SP Barbarians, na 4ª rodada; contra o ABC, na semifinal, e contra a própria Med, na final do torneio. Já sobre boa parte dos atletas serem universitários, a questão é que qualquer mudança já afetava a participação dos mesmos nos jogos já que a maioria destes universitários era de fora de São Carlos e viajavam para casa aos finais de semana - principalmente quando haviam datas comemorativas próximas nos mesmos.
Bem, o fato é que, com essa mudança e com o cenário que tínhamos na época, acabamos indo para o jogo com apenas 18 atletas - ainda que a Med tenha ido com 15 (algo que tínhamos experimentado ao longo dos últimos anos, já que ter mais que 15 jogadores por jogo era exceção ao São Carlos entre 2011-2012).
A escalação segue abaixo: 

São Carlos vs Medicina - 09/08/2014
1 Pezão
2 Fabião
3 Leo
4 Bombeiro
5 Mateus
6 Kmarão
7 Muay
8 Cuia (C)
9 Joe
10 Glauco
11 Pi
12 Tarja
13 Pastel
14 Carloto
15 Boca
16 Neymar
19 Cachorrão
23 Texugo

E, desses, apenas o Neymar, vulgo Elton Tanis, era reserva de forward. A súmula completa pode ser vista aqui: drive.google.com/file/d/1_5Ta869rGnx0-_YpmiKaYy-QouVsemQ2/view?usp=sharing.
Quando o jogo ocorreu, São Carlos e Med já estavam classificados para a segunda fase do Acesso: como primeiro do Grupo A, o São Carlos iria para o Grupo 1 com Piratas, São Bento e Tatuapé; já a Med, quarta do Grupo A, iria para o Grupo 2, com ABC, Cougars e Jaguars. Na segunda fase, ambos foram os primeiros de seus grupos e, nas semis, encararam o ABC (São Carlos) e o Piratas (Medicina) e saíram vitoriosos.
Bem, como já disse, esse jogo foi o primeiro jogo que comecei como titular na temporada. Ademais, provavelmente, foi o único que joguei os 80min em 2014. E eu realmente não lembro de muitos detalhes... Lembro de não termos parado um só segundo enquanto estávamos em campo, sempre tendo em mente que jogar sério é o maior sinal de respeito com o adversário. E também lembro de, apesar do resultado, o pessoal da Med ter ido para o terceiro tempo e ter trocado bastante ideia com a gente no finado Trem Bão do CAASO.
Foi um momento de grande alívio para mim naquela semana que ainda estava marcada pela perda de uma grande amiga... Uma perda precoce e irreparável que tornou o meu aniversário, dia 4 de agosto, uma data de tristeza que ainda ecoa um pouco nos dias de hoje. Bem, nunca liguei muito para o meu aniversário e tals, mas ter ele marcado com a perda dessa amiga é algo que ainda machuca, mesmo hoje eu já lidando bem tanto com o aniversário em si como com a perda dela...
Enfim, lembro também de ter sido nomeado Man of the Match pelo nosso treinador à época, o espanhol Jose Jimenez, o Muro. E teve prêmio: um meião vermelho com detalhes em branco no formato da bandeira do Reino Unido e que foi um dos meus primeiros posts no Instagram (https://www.instagram.com/p/rf3Yc2rYlglqUhoD7XYrwKxdvpwz2n1PnOCag0/). Esse meião foi uma cortesia do Joseph Walker, o Joe, que tinha vindo para São Carlos para o projeto Try Rugby - parceria do Sesi com a Premiership inglesa - e que, mesmo estando em Bauru (ou outra cidade daquela região) em 2014, estava jogando com a gente.
No que tange aos números do jogo, foi o jogo de sua história no qual o São Carlos fez mais tries (18) e conversões (14), somando um total de 118 pontos - o maior da história do Clube também. Além disso, desses tries, o Alexandre Bertuga, o Pastel, fez 6; salvo engano, é o maior pontuador numa única só partida do São Carlos na história... nas conversões, também temos ,provavelmente, o maior conversor numa só partida: Glauco Anelli, que foi responsável pelas 14 conversões da equipe. Glauco ainda fez mais 2 tries, assim como o Mateus Temporim, o Denis Candido (Cuia), o Felipe Vieira (Pi) e o Arthur Pinheiro (Tarja). O outro try da equipe foi feito pelo Esteban Alvarez, o Texugo. Para fotos dessa partida, acessem facebook.com/rugbysaocarlos/photos/a.894894407205971/894900507205361.
Como dito antes, nós ainda encontraríamos a Medicina na final do torneio, em um jogo que foi muito equilibrado e cheio de viradas no placar. Dos 22 jogadores da Med na final, 11 tinham jogado o primeiro jogo (lembrando que eram 15 os jogadores da Med em campo na primeira partida). Do lado do São Carlos, dos 23 jogadores da final, apenas 8 não tinham jogado o primeiro jogo. Dos 3 que jogaram o primeiro jogo, mas não jogaram a final, 2 não o fizeram por graves lesões sofridas na semifinal contra o ABC. Enfim! Essa final tem uma LOOONGA história a parte e, por isso, vamos deixar pra outro dia...
Do mais, São Carlos e Med acabaram subindo juntos para a Série B e, por isso, se enfrentaram mais duas vezes: uma em 2015 e outra em 2016, ambas com vitória do São Carlos. Abaixo, um resumo dos placares dessas partidas:

09/08/14 - Campo da USP Campus 1, São Carlos - São Carlos 118 x 6 Medicina - Paulista de Acesso, sexta e última rodada da 1ª fase
18/10/14 - Campo de Água Vermelha, São Carlos - São Carlos 24 x 23 Medicina - Paulista de Acesso, final
08/08/15 - Campo da USP Campus 1, São Carlos - São Carlos 24 x 12 - Paulista B, 7ª rodada
17/04/16 - CERET, São Paulo - Medicina 12 x 38 São Carlos - Paulista B, 2ª rodada

Os anos seguintes não tiveram confronto pois, em 2016, o São Carlos foi campeão do Paulista B enquanto a Med acabou rebaixada na competição. Em 2017, enquanto o São Carlos jogava o Paulista A, a Med disputava o Paulista C e, pela segunda vez seguida, acabou rebaixada. Em 2018, São Carlos retornou ao Paulista B e a Med jogou o Desenvolvimento. Por fim, em 2019, o São Carlos disputava o Paulista B por mais um ano, enquanto a Med disputava apenas o Universitário - que acabou abandonando em meio a disputa por problemas internos e falta de elenco.
Particularmente, espero que a Med se recupere e volte a ter um papel importante no cenário do rugby; afinal, é a segunda equipe mais velha do país, é bi-campeã brasileira e campeã do Paulista. E seria um prazer poder enfrentá-los novamente...



PS: ah, importante lembrar que o Cachorrão, um dos fundadores do São Carlos, e o Bombeiro foram atletas "forasteiros" do São Carlos em 2014: ambos já tinham jogado pela equipe entre 2000 e 2008 e, apesar de morarem em Campinas e São Paulo, respectivamente, retornaram em 2014 para compor elenco e fazerem sua última temporada pelo São Carlos. O Cachorrão acabou aposentando de vez depois dessa temporada, mas o Bombeiro jogou mais um ano (ou menos) na Austrália, pra onde ele mudou em 2015.
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